E O TELEFONE NÃO TOCOU...

Ele tinha certeza, queria falar com ela. Sabia que seria uma surpresa agradável pra ela, ouvir sua voz. Tanta coisa já tinha dito, só em poesia.

Faltava a sensação de ouvir e se fazer ouvir.

Já tinha tentado ligar outras vezes e desistia, como um menino tímido achava que travaria, não saberia o que dizer depois do "alô"?

Será que estaria acorrentado a falar sempre em poesia.

Tomou a decisão, e decidido pensou: "também quero ouvi-la".

Pegou o telefone e discou.

Começou a ouvir o barulho da chamada. Uma sensação estranha tomava conta do seu corpo.

Não desligaria. O som da chamada foi ficando mais alto, e mais alto.

-Pai... Pai... que sono! Não está ouvindo o despertador.

Olhou ao redor. O som do telefone ainda ecoava na sua cabeça.

-Pai? Tou atrasada, você me deixa no meu trabalho?

E a realidade voltou.

Escreveria mais uma poesia.

Geraldo Rolim
Enviado por Geraldo Rolim em 05/09/2013
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