ZUMBI

ZUMBI

Dormiu e acordou morto. Lá estava, deitado na mesa fria,

sentindo o bisturi cortar-lhe cada fatia, extrair-lhe a carne,

e com as mãos, aquele homem retirava cada órgão de seu corpo. Um pulmão escuro por anos de fumaça, um fígado em frangalhos por anos de álcool, um coração recheado de gordura por anos de carnes vermelhas, um estomago cheio de feridas por anos de picantes temperos, um cérebro necrosado por anos de pensamentos vis e impróprios.

Súbito acorda, está vivo, foi um sonho futurista.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 30/08/2013
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