No trânsito

Ela buzinou insistentemente quando ele demorou para sair com o carro no semáforo. Ele, irritado, olhou pelo retrovisor e a viu em seu pequeno e moderno carro... “Que petulância dessa perua!”, esbravejou.

No próximo semáforo, os carros se emparelharam. Ele desceu o vidro e ela baixou o dela, simultaneamente. Quando ele abriu a boca para dar vazão aos insultos imaginados, foi pego de surpresa pela intensidade e força dos olhos que o fitaram. A única coisa que pôde sair de sua boca, naquele momento, foi um patético “Bom-dia”. Ela arrancou com o carro deixando uma gargalhada no ar.