A cadeira

Tristemente esquecida, a cadeira, onde se sentara por tantos anos, lá está, num canto quase escondida. Não fora retirada da sala por um sentimento de preservação da memória de quem tanto a utilizara.

Aos poucos caiu no esquecimento, ninguém mais nela se sentou... Talvez temessem sentir saudades, tristeza da ausência da suavidade de sua dona.

Quantas lembranças poderiam estar, ali, impregnadas na madeira, em seu assento de palhinha... Doces momentos, memórias floridas da juventude ao som das valsinhas de muito antigamente... Momentos de dor, de esquecimento, do cansaço da velhice, mas sobretudo de um grande amor vivido, amor que ainda se sente no ar...

A cadeira, esta, restou esquecida, pois já não abriga a alma que nela descansou.