Vidas diferentes

Trabalhava como frentista em um posto das vizinhanças. Pelo menos duas vezes por semana ela dirigia-se até lá para abastecer seu carro.

Ele a olhava de longe, olhar comprido e intenso. Admirava-a. Achava-a bela, elegante, talvez um pouco altiva, mas, acima de tudo, doce. Queria-a para si. Tentara aproximar-se, cumprimentara-a, lavara-lhe os vidros do automóvel. Queria mostrar-se gentil e ganhar sua confiança.

Ela retribuíra-lhe as gentilezas com gorjetas nada generosas.

Mesmo assim, continuava a insinuar-se e a fazer questão de servi-la sempre que entrava no posto. Talvez, um dia, as coisas pudessem mudar...

O que ele não sabia, nem mesmo imaginava, é que seus olhares não haviam passado desapercebidos. Ela, de forma secreta, nutria carinho por ele.

Vidas tão diferentes... Anseios tão iguais .