PEQUENO TERROR

Arrependeu-se tarde. A caverna escura o tragou. quando equilibrou-se foi bafejado por uma voz atordoadora, com tons de quem já não transmitia qualquer esperança. "Não possuo alma", disse a voz, sem emoção aparente. Firmou sua audição, mas nada localizou. Teve o rosto cravado pelo que pareceram unhas pontiagudas daquela voz. Mesmo alucinado pela dor das perfurações, indagou: "e o que te mantém?" Os olhos que lhe foram sugados como ostras devoradas por um faminto talvez fosse uma resposta.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 16/07/2013
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