Asas

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Admirava o horizonte, da janela entreaberta, no segundo pavimento. De repente, surge lindo gatinho azul, de asas brancas, olhos verdes e unhas aparadinhas... Ele pousa e me olha, solidário. Levantei-me, apressadamente, na ânsia de pegá-lo, mas ele, sem dar adeus, voou, levando meus sonhos. Fiquei triste e quis chorar. No auge da minha lamentação, ele retorna e me confidencia:

"De que me adiantariam as asas estando no claustro?".

Minhas lágrimas foram a resposta.

Ele me lambeu a face, matou a sede e novamente partiu – dessa vez para nunca mais voltar.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 19/05/2013
Reeditado em 04/11/2013
Código do texto: T4298516
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