Tarô

Acordara cedo.

Saíra sem dar maiores explicações a seus gatos, suas únicas companhias.

Quatro quadras adiante, meteu-se por uma rua estreita e, lá no final, bateu à porta de uma pequena casa amarela.

Uma senhora, beirando os setenta anos, abriu-lhe a porta. Visto que já se conheciam , pelos cumprimentos efusivos que trocaram, fê-la entrar. Serviu-lhe um copo de água, para que se acalmasse, pois a agitação da visitante era evidente.

Sem nenhuma palavra, abriu o baralho de tarô... Lá estava ele, o causador de tanto sofrimento. Olhara a carta com cuidado, virou mais duas cartas... Nada bom, na verdade, muito ruim.

Aquilo seria demais para a frágil e carente figura à sua frente...

Mentiria... Sim, mentiria...