A jovem seguia o caminho firmemente traçado em sua mente. Ia em busca do que sonhara, a imagem criada com afeto em seu coração. Sabia dela só nos sonhos, em noites também insones, em companhia da lua, que brilhava impenetrável atrás da montanha que ela avistava ao longe, imaginando ali estar seu amor. Andou, sorriu, chorou, cantou e gritou o nome do ser amado por um longo tempo e nunca foi ouvida. Existira mesmo tal pessoa ou era o sonho que a fizera delirar?Não se soube nunca, a pobre moça jamais falara a alguém sôbre seus sentimentos. Depois de um certo tempo mudou, parecia entender que de nada adiantariam aqueles passos repetidos em direção a nada e então ela matou seu devaneio, enterrando-o numa curva qualquer da longa estrada. Nem olhou para trás, mas foi, aos poucos enlouquecendo e em silêncio total deixava ver apenas nos olhos, a desilusão com a vida. Mudou o caminho, falava sózinha, seguia pisando nas pedras ásperas que lhe machucavam os pés e nem se dava conta disso. O sofrimento interior era bem maior, a tal ponto de não mais saber o que era real ou fantasia. Talvez perambule ainda, como nômade, dentro do deserto de sua própria alma.
12/04/13
12/04/13