Bordô

Um bordô escuro coloria as mãos dela.

Ele coçou a cabeça. Por que aquilo agora?

A cor intensa ressaltava a forma perfeita das unhas e a alvura de sua pele. Mão lindas... Aquilo o desconcertava, deixava-o inseguro. Para que ela se arrumava e despia suas mãos com aquela cor? Ele sempre preferira tê-la discreta, explicitamente discreta, somente para si mesmo.

Não se conteve ante a sensualidade daquelas mãos tão suas, que se exibiam tão impudentemente. Tomou-lhe a ponta dos dedos e, num impulso, mordiscou-os e depois beijou-os.