O que o amor não faz - II
Enfiou as mãos nos bolsos da calça, apreciando a emoção errática, mista de solidão e conforto - fruto do contato de pele com pele, embora a mesma, embora embarreirado pelo algodão frio e cru - e da lembrança recente de peles quentes, diferentes, suadas e suaves, livres de obstaculos, nem passado...
Ela falara doce e firmemente sobre uma onda enorme e inesperada, sobre vontade e encanto e alegria, e da inutilidade de tantos planos; ele não aceitava a última parte e se retraíra.
Ela afagou-lhe a face (tão querida!), virou-se e seguiu caminho, devagar... sem olhar para trás... devagar...
Ele a seguiu com os olhos baços, as mãos latejando de tanto querer, guardadas... mas ela não olhou para trás - nem uma vez.