Alento

Era sempre a mesma coisa. Sempre o mesmo sentimento retornava, cada vez que o via. Não sabia explicar, não entendia. Como fora se apaixonar por alguém tão diferente de si mesmo? O que havia acontecido dentro de seu cérebro? Emburrecera? O fato é que ela lhe fazia feliz. Sabia como amá-lo, sabia como tratá-lo. Buscava-a em seus pensamentos, em seus devaneios e, não raro, fantasiava uma vida a dois. Eram somente sonhos, sabia, mas davam-lhe novo alento, mantinham-no vivo.