ENCONTRO
Sentado num banco da praça, ele a esperava. Indiferente a tudo o mais que por ali acontecia, ele só pensava nela, no futuro deles. Precisavam conversar e decidir como seria a vida dali para frente.
Ela estava grávida. Dera-lhe a notícia há uma semana. Ele ficou surpreso, aturdido, não falou nada. Não se falaram mais nos últimos dias.
Mas nesses dias ele raciocinou. E concluiu que ser pai seria bom. A criança haveria de completar sua felicidade. Imaginava-se com o filho em seus braços, vendo-o crescer, cercado de amor.
Marcaram aquele encontro, naquele domingo, naquela praça. Ele estava ansioso.
Ficou feliz ao vê-la chegar. Ela veio sorridente. Parecia muito feliz.
- Está preocupado?
- Preocupado por quê? Não estou.
- Não precisamos mais nos preocupar.
- Como assim?
- O que você acha? Está tudo bem, pode crer. Eu fiz aborto.
Foi um choque, uma notícia que ele não esperava. Não conseguiu falar nada. Por um minuto ficou olhando para o chão. Por fim perguntou:
- Por que você fez isso?
Era uma pergunta que equivalia a um definitivo adeus.