Nova vida

Uma pequena sacola nas mãos e sapatos apertados nos pés, lá foi ele para a rodoviária. Levava a cabeça cheia de sonhos e deixava outros tantos para trás. Ia para a capital. Tentaria um novo trabalho. Queria outras oportunidades. Voltaria vitorioso, sabia: bolsos cheios, um celular na mão, talvez dinheiro suficiente para comprar umas terrinhas...

Embarcou num ônibus velho e maltratado: quase nenhum conforto. Horas e horas de viagem cansativa, seu sono sendo entrecortado pelo constante chacoalhar do veículo. Pequenas paradas, rápidas o suficiente para usar o sanitário e, às vezes tomar um café. Não queria gastar o dinheirinho que juntara com tanta dificuldade.

Finalmente o ônibus chegara a seu destino. Desembarcou, olhou em volta, pegou suas coisas, pôs-se a caminho do nada e foi tragado pela multidão.