Em nome da felicidade

Ana Joaquina Cândido do Rêgo (com acento mesmo). Esse fora o nome recebido por Ana Jô, como gostava de ser chamada na escola. Tinha verdadeiro pânico do sobrenome. Era-lhe imoral aos ouvidos, proibia-se citá-lo para os outros. Uma vergonha incalculável: “O que minha mãe tinha na cabeça pra casar e levar de brinde esse nome horroroso do meu pai, meu Deus...! Que castigo!” E assim viveu por anos e anos. Enamorava-se de um rapaz, perguntava-lhe logo o sobrenome (sabia-se lá se acabaria em casamento...). Desistiu do Vaz, Firme e Branco. Esnobou Silvas (3), Varanda, Brum e ainda outro Vaz. Amadureceu. Finalmente alcançou a sabedoria e descobriu-se uma mulher inteligente e sem neuroses. Foi quando conheceu José Luís. Pura e simplesmente amou-o à primeira vista - sem importar-se com nomes, significados e significantes. Conheceram-se e se apaixonaram. Não sentiu necessidade de mais nada. Não havia mais dúvidas, vergonhas ou outros sentimentos quaisquer que lhe atrapalhassem a felicidade. Achara o homem de sua vida! E foi assim que Ana Jô ganhou um marido, um novo nome e conheceu a felicidade, vivendo, até à morte, ao lado de seu querido e único amor: José Luís do Amparo Grande...

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 07/11/2012
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