INSPIRAÇÃO DE POETA

Inspiração de poeta é que nem áurea, acreditem. A gente não pode ver mas ela está lá. Mais fraca hoje, mais forte amanhã... Há quem diga que pode vê-la! Fadas podem eu sei...

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Trim Trim Trim.... soava o alarme estridente! Isso só podia significar uma coisa: algum poeta estava totalmente sem inspiração.

A fadinha largou tudo que estava fazendo e voou para salão principal de onde se podia rastrear até a menor das falta de inspirações. Ao ver as feições da Fada-Mestra viu que a coisa era mais séria do que ela pensava. Assim que a Fada-Mestra viu a fadinha foi logo entregando um relatório e dizendo:

- Prepare as malas. Você vai voar para longe e agora! Dois poetas totalmente sem inspiração e no mesmo lugar de acordo com o painel de rastreamento. E continuou:

- Isso é um ultraje. Onde a gente vai parar? E saiu bravejando...

A fadinha tinha de concordar. Dois poetas sem inspiração? E no mesmo lugar? Isso era o bastante para justificar toda aquela apreensão por parte da Fada-Mestra.

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A fadinha chegou ao lugar marcado. Imediatamente viu os dois poetas, que inebriados, jogavam palavras ao vento já sem nenhuma rima, métrica, hipérbato ou antítese que fosse.

Ao verem a fadinha, disseram simultaneamente um ao outro:

- Estamos a ver alucinações!!! E caíram na risada.

A fadinha, com uma simples balançada na varinha de condão, deu um choque nos dois, fazendo com que ficassem sóbrios imediatamente. E então falou:

- Onde está a vossa inspiração?

Eles em uma só voz responderam:

- A nossa zerou!

- Isto é impossível! retrucou a fadinha.

- Um poeta nunca fica totalmente sem inspiração. Procurem-na no céu, no lago, até numa simples borboleta ali há inspiração infinita - começou a gesticular com os braços abertos, e nervosa continuou - Uma folha, uma gota, até mesmo a falta de alguma coisa já é motivo para inspiração!

Os poetas entreolharam-se e deram com os ombros. Isso foi o suficiente para que a fadinha se desse conta do grau da seriedade do caso. Sacou uns óculos escuros da bolsinha dela, colocou nos olhos e.....zaaap!

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Dois poetas andavam pelo campo, poetavam indefinidamente, descreviam tudo que viam em versos com rima, métrica, hipérbatos, antíteses e todas as infinitas figuras de linguagem a que tinham direito


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Homenagem à poeta Rosane Souza.

Recanto: http://www.recantodasletras.com.br/autores/rosanesouza

Detalhes:

A frase do diálogo, em vermelho, é um ANAGRAMA do nome da homenageada!

O texto foi inspirado na frase DECEPÇÃO de autoria da homenageada.

Link: http://www.recantodasletras.com.br/frases/3859105