Capanga

Pulei da paia ouvindo grilo, mandei café quentado pro peito já desentocando a matula, anzol, linha e a chumbada. Toquei tudo pra capanga, já avistando a fumacinha de paieiro. De certo, o Chico chegava sorrateiro. Encontramos a turma paciençosa na estrada. Tudo animado, falatório, tecer de prosa e ajuste do dia. A conversa é que ta enquanto a mão anda. Tempo de chuva e sol, bagre e traíra num falha não. Já de noitinha, apeamos na venda pra mo’de regar a guela. Embornal veio como foi mas quem é que assuntou que o gozo ta na capanga? Quem flora a lavoura é a chuva. Sustento da vida é o querer, acontecer é incerto demais pra nortear o mundo.

Giu Santos
Enviado por Giu Santos em 21/09/2012
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