As pouquíssimas palavras que tingiam as linhas incertas de um rascunho manuscrito, tão sofrido quando o rosto do poeta que o rabiscava, mas se faziam necessárias para tentar expressar o que sua alma insone sentia, numa forma de gritar sentimentos.

 

Seus dedos escorriam sôfregos destilando as palavras que urgia do coração.

 

Seus olhos marejados estavam tão cinza quanto o dia à sua janela.

 

As gotas da chuva escorriam num som melancólico trazendo a tona os momentos que finais de uma despedida.

 

Sem muito dizer ela se foi com o coração imune as lagrimas que pediam para ela ficar.

 

Ele agora com o coração endurecido pelas noites em claro que somente o quarto, seu amigo fiel absorvia o breu que emanava de sua sombria alma.

 

As letras iam minando como gotas que brotam de estalactites molhando o papel formando um mosaico de saudade, amor e dor.

 

Os lábios secos balbuciavam palavras amargas que foram proferidas no instante do adeus...

Paulo Moreno
Enviado por Paulo Moreno em 08/09/2012
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