A Seriema

Voltando da lavoura na goela da tarde, resolvi atalhar pela grota, pois carecia de chegar mais breve e apartar o bezerro novo. Um linguição dum jaracuçu espreitava eu, escorrendo dum tronco de pau d’óleo. Com a enxada na mão, lembrei da cantiga da seriema toda manhã, tecendo melodia pra esses campo tudo afora. O bichinho ta raleando, num é sempre que a gente ouve mais não, de primeiro era farto, havia pra toda banda. Descansei a enxada no ombro, espiei a cobra vivendo, lutando em lida sem braço nem perna e tornei meu caminho com certeza que amanhã de manhã vai ter música pra esse ouvido matuto.

Giu Santos
Enviado por Giu Santos em 03/09/2012
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