FINGER PRINTS IN THE CRIME SCENE

Já dizia uma garota sobre as milhares de informações que entram em meus ouvidos e passam entre meus dedos nos teclados do computador. Já dizia eu mesmo sobre milhares de informações contidas na minha cabeça em senhas e telefones, acordes, linhas de ônibus. O ano dos carros. A marca, as dívidas. As horas. A escalação. Um gigantesco ginásio de reverberação de milhares de palavras e números, entre milhares de pessoas e olhares perdidos por tantas ruas, esquinas e pontos de ônibus. Às vezes me encho dos apartamentos pequenos, dos ônibus lotados, das filas intermináveis de horas que não passam, em contrapartida com o desespero das metas absurdas e sempre atrasadas. As metas absurdas. Às vezes sinto saudades do parapeito da janela, tomando um chimarrão e ouvindo um vinil de rock’a’billy às duas e meia da manhã sem saber que horas são , sem saber que dia é; e querendo que nunca existissem relógios e calendários. Mesmo sabendo que tenho que ir para cama e acordar para recomeçar tudo de novo.

Jack Danger
Enviado por Jack Danger em 31/07/2012
Código do texto: T3806587
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