MISTERIOSO SONHO ANTIGO - No início da madrugada de 09 de julho de 2012
“Ana caminha pela mão de Rubem, pela mão do companheiro há anos. Seguem... seguem... a partir do centro velho da cidade. À medida que prosseguem e Ana começa a reconhecer o provável destino da caminhada, sua mão se põe a tremer na mão de Rubem. Vão seguindo até chegar à avenida onde, no passado, haviam vivido os casarões que cederam a vida aos incomensuráveis edifícios da atualidade.”
“Como nos sonhos tudo se faz possível, entre os tais edifícios resta, intacto, um sobrado dos velhos tempos e é exatamente diante dele que Rubem pára. Não sendo, com certeza, o que Ana imaginara, tranquiliza-se, tranquilidade que dura pouco porque, na sala de entrada, quem os aguarda? Daniel, sim, Daniel. Não o Daniel do presente, um Daniel com os cabelos inteiramente brancos, sem qualquer fio preto em longa barba, barba de ermitão, como se houvera passado várias décadas.”
“Rubem solta a mão de Ana, Daniel estende a sua, fita Rubem nos olhos, sorri e lhe diz: “Nós precisamos muito de você aqui.” Em seguida, Ana e Daniel, de mãos dadas, começam a subir as escadas que levam às salas do piso superior.
Ana se ergue, abre a janela e fica a contemplar a Lua, no ápice da sua cheia. A Lua, no ápice da sua cheia.
Escrita no final da noite de 08 de julho de 2012.