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Felicidade Na Contramão


Ninguém lhe  demovia a ideia fixa – casamento!

Madrugadas  nos sites de relacionamento, prestadores de serviços amorosos, barzinhos, viagens, cruzeiros, praias, retiros, quermesses, rodeios, restaurantes luxuosos, barraquinhas na beira de praia, etc, etc.

Tentava de tudo.

Nada acontecia!

Aliás,  vivia pra isso graças a  polpuda conta bancária, que  segundo os repórteres autonomeados  vinha do acerto dos números da loteria.

Ócio total!

Quando não estava à caça entregava-se aos braços de Morfeu graças aos ansiolíticos.

No real apenas um  velho poodle  tão habituado com o ambiente desregrado já nem se mexia com os gritos da dona.

E a pobre empregada - fiel escudeira desde os tempos da adolescência.

Cerrara as portas para a realidade.

Preocupada com a  ideia fixa da patroa, zelosa que  era Nilda, a doméstica passou a dormir no emprego.

Primeiro uma vez por semana, depois duas....três...

Ao final de três meses o divórcio.

Mulher de fibra não aguentou a separação.

Olhos inchados decorrentes das noites mal dormidas, ideia confusa diante da separação, filhos pequenos para criar...

Bateu na porta da patroa  mais cedo do que de costume.

Laís  estava desde a noite anterior no bate papo, e nada!

Ao ver  Nilda em prantos Laís desligou o computador, abraçou demoradamente.

Enxergou pela primeira vez um ser humano sensível, bom, amigo, especial.

Ousados os raios de sol invadiram as frestas das janelas.

Lais abriu cuidadosamente os lençois de cetim, estendeu as mãos para Nilda, sentiu a vida acelerar a alma.

Quanto encontrou os olhos de fiel companheira sentiu um desejo incontrolável de retribuir tantos cuidados.

Nunca mais se separaram...





(Ana Stoppa)



Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 29/06/2012
Reeditado em 11/02/2013
Código do texto: T3752211
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