23 de Fevereirio
Eu, sentada na sexta fileira, e você logo a minha frente, na quinta. Contei: uma, duas... Nona cadeira. O imenso tédio que atingira a todos naquele primeiro dia de aula a fez se recostar em seu assento. Pude ver os longos cabelos loiros caírem em volta do seu pescoço. Liso, com algumas mechas naturalmente claras e outras mais escuras, e nas pontas, cachinhos. Tão doce foi aquela minha visão.
Foi estranha aquela sensação, eu não havia visto seu rosto, seu lindo sorriso, ou aquele olhar que só você possui, mais nada disso me impedira de sentir o que eu senti. A amei demais e muito pouco a mim. A amei de um jeito que palavra nenhuma consegue explicar, de uma forma extremamente única e minha.
Já na saída, depois que a palestra para todos os alunos novos havia acabado, não resisti. Uma ação simples, sem importância alguma pra ela ou pra qualquer outra pessoa além de mim. Enquanto todos já se levantavam e se preparavam pra sair do auditório, olhei pra ela, me deparei com aquele rosto angelical, não consegui pronunciar palavra alguma, só o que consegui fazer foi sorrir. Nenhuma palavra, nenhuma troca de olhares, nada. Apenas meu sorriso.