Indignação
Mudou-se a coloração, como se o ouro virasse prata e a prata virasse bronze e o bronze virasse algo apenas simbólico.
As ruínas faziam parte da construção, ou talvez a destruição fazia parte de seus parâmetros de aflição.
A vida não era boa, mas também não era tida como ruim.
As pedras eram espalhadas pelo seu corpo. O seu corpo era feito pelos cortes provados pela escassez de um povo.
A boca que resgatava o líquido ficou seca pela falta de sabor em seu paladar.
Seus sorrisos eram mais alvos que a neve que preenchia seus ideais. As lamentações eram do que fugiam, mas eram o que vivenciava.
Então, queimavam seus dizeres, engordavam suas soberbas e engrossavam suas hipocrisias.
Porque realmente não sabiam o que faziam, mas sabiam o que queriam. Talvez sejam inocentes ou apenas idólatras dos seus idalatrados eus.
Zeus, eram como se fossem em suas mentes medíocres e em seus egoísmos importunos.
Porque muitos não se satisfazem pelo tanto que têm; porque muitos estão com as taças cheias de vinho tinto, mas, por não se encontrarem satisfeitos, derramam mais...
Eis aquela parábola: Ai daquele que multiplica o que não é seu por lei, e daquele que carrega de si mesmo o único desejo ter mais e mais para se gloriar. Não se levantarão, e, por sua vez, não se gloriarão, porque o tempo permitirá dar o simples valor e a simples razão de viver. Porque os que vivem pelo ouro são somente os do garimpo; porque na vida existe um único modo, que é o daqueles que vivem pelo sorriso do próximo.
Porque há muita podridão em ossos e muitas casca em corações. Então, para, olha esta terra, separa o que é ouro e o que é simplesmente terra.
Porque ouro por si birlha...
Pela indignação toda via, por que muitos montaram em seus carros e se salvarão?