Indignação

Mudou-se a coloração, como se o ouro virasse prata e a prata virasse bronze e o bronze virasse algo apenas simbólico.

As ruínas faziam parte da construção, ou talvez a destruição fazia parte de seus parâmetros de aflição.

A vida não era boa, mas também não era tida como ruim.

As pedras eram espalhadas pelo seu corpo. O seu corpo era feito pelos cortes provados pela escassez de um povo.

A boca que resgatava o líquido ficou seca pela falta de sabor em seu paladar.

Seus sorrisos eram mais alvos que a neve que preenchia seus ideais. As lamentações eram do que fugiam, mas eram o que vivenciava.

Então, queimavam seus dizeres, engordavam suas soberbas e engrossavam suas hipocrisias.

Porque realmente não sabiam o que faziam, mas sabiam o que queriam. Talvez sejam inocentes ou apenas idólatras dos seus idalatrados eus.

Zeus, eram como se fossem em suas mentes medíocres e em seus egoísmos importunos.

Porque muitos não se satisfazem pelo tanto que têm; porque muitos estão com as taças cheias de vinho tinto, mas, por não se encontrarem satisfeitos, derramam mais...

Eis aquela parábola: Ai daquele que multiplica o que não é seu por lei, e daquele que carrega de si mesmo o único desejo ter mais e mais para se gloriar. Não se levantarão, e, por sua vez, não se gloriarão, porque o tempo permitirá dar o simples valor e a simples razão de viver. Porque os que vivem pelo ouro são somente os do garimpo; porque na vida existe um único modo, que é o daqueles que vivem pelo sorriso do próximo.

Porque há muita podridão em ossos e muitas casca em corações. Então, para, olha esta terra, separa o que é ouro e o que é simplesmente terra.

Porque ouro por si birlha...

Pela indignação toda via, por que muitos montaram em seus carros e se salvarão?

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 20/05/2012
Código do texto: T3678713
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