Sonho de Bailarina
 
Ela, nela acalentava o sonho de uma vida melhor e tudo faria, tentaria mudar o tema, a rota de sua retórica história.
Beleza única, atraía olhares perversos e transgredia os encantos inocentes do amor.
Menina, mulher, pureza, timidez e dor. Do interior para a Capital. Se fez doméstica em casa de finos tratos onde por vez encontrou-se com a Arte num fim de tarde.
A filha da patroa, quase à toa em seu quarto espelhado anunciava passos de ballet ao som de Chopin, delicatessen da Royal Academy School, enquanto ela, a outra, num canto, estática, divagou no deslumbre da cena e dos seus olhos as lágrimas ensaiavam lembranças das coisas que não teve, só, numa saudade indesejada.
Os seus ficaram lá em algum interior do interior, sem pai, sem tempo, sem alimento, sem espelho.
Seu pequeno quarto de empregada, amarelo, propunha um sorriso da mesma cor, escondido. O tempo é sempre amigo.
Hoje ela sobrepõe o  medo e descobre o segredo da vida. Bailarina não se fez, mas as cortinas se abriram...
Luciano Alex
Enviado por Luciano Alex em 19/05/2012
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