"PAIS; RÉUS SEM PERDÃO"

Carlos Augusto era filho de um casal muito jovem, tão imaturo que sequer pensou em contrair casamento. Aos três anos de idade, ele viu sua família se desfazer. Separação dos pais. O menino foi levado com o pai (Pedro Paulo) para outro estado, que adquiriu o direito de guarda porque a mãe (Ana Dalva) foi considerada como negligente por ter-se envolvida num romance com um ex-colega de escola, o que não lhe deu direito de contestar a decisão policial. Dois anos se passaram, Ana Dalva se encontra às volta com outra maternidade, dessa vez com Alfredo José (o ex-colega do ginásio). Logo nasceu uma linda menina, loura de olhinhos verdes, a quem deram o nome de Isabel Cristina. E os anos se passaram...
Aos 19 anos, Isabel Cristina cursa a faculdade de enfermagem e conhece um jovem que cursa tecnologia da computação, na mesma faculdade UNIABEU. Apaixonaram-se e começaram a viver um relacionamento mais íntimo. Em poucos meses de convivência, decidiram anunciar à mãe de Isabel que iriam morar juntos no apartamento que o pai do rapaz havia deixado para ele como herança em vida, já que este resolvera voltar às origens quando o filho ingressou na faculdade. A mãe de Isabel não pôde contestar já que sua vida também tinha sido daquela forma, com uma única diferença: ambos faziam curso superior.
Em poucos meses de convivência, os dois, Carlos e Isabel, decidiram formalizar aquela situação. Procuraram o cartório a busca de informações sobre os ‘documentos necessários’, e começaram a juntar os papéis. Um dado levantou uma leve dúvida para o jovem casal: a paternidade de ambos, em suas carteiras de identidade, trazia o mesmo nome “Pedro Paulo dos Santos Oliveira”. Compararam a certidão de nascimento e a coincidência repetiu-se. Somente os nomes das mães figuravam diferente nos documentos. Eles resolveram buscar respostas. Não tardaram a descobrir que ambos eram filhos de uma mesma mãe. Eles eram ‘irmãos’ biológicos. Sem qualquer alarde, eles voltaram ao apartamento silenciosamente.
Dois dias se passaram sem ninguém tivesse qualquer notícia do casal. Não foram trabalhar. Não compareceram na Faculdade. Ana Dalva não sabia deles. No apartamento o silêncio do vazio. A polícia foi acionada e arrombou a porta do apartamento para procurar algum indício do desaparecimento de ambos. Ao entrar no quarto, os policiais depararam com a cena menos provável: dois corpos envolvidos num lençol branco, abraçados e frios pela ação da morte. A perícia constatou ‘envenenamento’ pela sobra num dos copos nas mesinhas de cabeceira. No chão, próximo à cama, uma folha de caderno com a frase: “... nossos pais não merecem o nosso perdão. Vocês foram os culpados de nossa morte precoce...”.

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(ARO. 2012)
Profaro
Enviado por Profaro em 22/04/2012
Reeditado em 23/04/2012
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