Eu voo!

O voo, com certeza, é uma das ações da natureza que mais fascina o homem. Em todas as culturas e épocas diversas pessoas observaram seres alados com certa inveja e tentaram desvendar: o que tenho de fazer para voar? Vieram os aviões, para dar uma falsa sensação de “eu consigo voar”. Ilusão. Quem voa é o avião, e não você. Para voar, é preciso mais.

Primeiramente, o voo não consiste em bater as asas ou seja lá o que for e flutuar por aí. Tem haver com liberdade, liberdade conquistada apenas pelas almas “insanas”, sim, entre aspas, já que os chamados loucos apenas têm a alma pura, autêntica e leve. Leve o bastante para voar. Anjos são loucos, eu acho. Sou anjo. Eu voo. Perdi o tesão por andar há alguns anos, quando percebi que o peso dos pés contra o chão só nos faz ficar mais atrelados a ele.

Pode estar se perguntando, afinal, como alcançar tal insanidade (ou não, mas permita-me explicar mesmo assim). Ser louco é diferente de ser obsessivo. Se você é louco por comida, com o perdão da minha sinceridade, tens apenas a alma gorda. É preciso ser autêntico. Não como adolescentes, ouvindo uma música diferente ou se vestindo estranhamente, autenticidade mesmo, daquela de causar caretas aos portadores de sanidade mental. É não enxergar os limites da gravidade, como já nos cantou uma bruxa verde. É deixar de ser carpa, virar dragão. Sim, um dragão, causador de vasta destruição para alguns, mas símbolo de força para outros. Para mim, é símbolo de loucura. Sou dragão. Eu voo.

DG
Enviado por DG em 28/03/2012
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