A LOJA DA ESQUINA
O imenso vazio. Onde o passado descansa em paz. Os dias sepultados. As águas mansas do cemitério de navios que encobrem seus corais anônimos. Doce na bruma matinal; prelúdios do novo dia. Cheiro de café na estação. O murmuro das vozes nas plataformas. Comentários que antecedem a canção. E o vapor. O apito. O café. O motor. O sonho. O rompante da velha estrela no maciço de nuvens e expira o ar quente dos pulmões no frio da manhã. Um lamento divino. De malas prontas. De camas desarrumadas. Das horas vagas. Dias tensos. Céus da noite parda. Manhã cinza.