Flores da Minha Vida


Isabele, bela! Aveludada, delicada e doce. Amei Isabele. Oh! Como amei!
Mas, depois, veio Aline... Ah, Aline, com suas formas voluptuosas e sensuais, seu cheiro almiscarado, Aline cheia de mistérios. Rendi-me a Aline, abandonei Isabele que, de tristeza morreu.
Senti remorsos, é claro, mas Aline era ciumenta e exigia todos os espaços. Até que conheci Alzira, refinada, exótica. O que fazer diante de tal criatura, senão entregar-me derrotado, esquecendo-me de Aline que, isolada, fechou-se ensimesmada e nunca mais se deixou encontrar.
O reinado de Alzira durou pouco. Exigente, arrogante e mesquinha, supos-se mais poderosa do que realmente era. Cansei-me dela, como se cansa de tudo nesta nossa vida tão efêmera.
Nem sei se deveria estar falando essas coisas. Vão me julgar um sujeito volúvel, egoísta, sem coração. Mas se me deixo seduzir com tal facilidade, também facilmente exercito a sinceridade.
Todas elas tiveram lugar em minha vida, dominaram-na completamente. A todas elas fui extremamente dedicado e fiel, até que outra aparecesse. Claro que eu sofria com cada separação. Se pudesse, conservava-as todas.
Até que minha esposa encontrou a solução. Trocamos o apartamento e sua pequena jardineira na janela da sala por uma casa com quintal, onde pude, finalmente cultivar todas as lindas flores da minha vida, a quem nunca perdi o hábito de dar nomes de mulher.



Este texto faz parte do Exercício Criativo - Flores da Minha Vida
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