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Olhos Cor de Mar


     

          Perdida entre a angústia e a decepção diante da atitude do ser humano decidiu que deveria cerrar as portas do coração.

           Caminhou algumas quadras com a idéia fixa na cabeça, até se deparar com uma criança cadeirante que se esforçava para permanecer sentada.

      - Quanto sofrimento meu Deus! - pensou. 

          Por segundos se ateve no semblante da pequena, que deveria ter no máximo cinco anos. 

          Apesar das limitações impostas pela vida a menina descortinava um par de olhos de esmeraldas brilhando feito jóia rara adornados por um sorriso de acordar a alma. 

          Aproximou-se, queria tocar, abraçar , compartilhar o amor, dar o alento e a palavra amiga. 

          O tempo impediu. 

          Ao se dar conta a menina desaparecera na multidão.

           A emoção despertou em sua alma a mais linda sinfonia da solidariedade quando os  olhos cor de mar e o sorriso branco feito as maçãs de algodão impregnaram seu coração até desmoronar por completo as travas da porta da indiferença.





(Ana Stoppa)
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 17/02/2012
Reeditado em 29/06/2012
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