A CHUVA NA CIDADE PERDIDA

A terra,esturricada,suga os pingos como um bebê suga

o leite no peito da mãe.

Nas bicas e goteiras da casa,potes,latas vazias e bacias.

Vidas,antes invisíveis,brotam do nada: plantas verdinhas,

"gongos","rola-bostas",tatus-bola,formiga de asas...

Nas poças de água,borboletas amarelinhas e brancas.

Crianças,seminuas,constroem barragens.

Mulheres,sem carnes,devolvem o "Santo roubado".

Homens,sem dentes,tomam rapé e amolam enxadas.

Chuva!...Festa!...

Era Lindo!!!