O Netinho

Mal suportava as longas horas do colégio longe da net. Morava num pequeno AP central com a avó viúva. Sempre que chegava em casa, garrincheava-lhe em neutros monossílabos, trocando silêncios. Fechava-se no quarto escuro, cheio de louça, para abrir as janelas da web. Lá de dentro, furioso, gritava impropérios à velha incômoda, injetando-na doses diárias de solidão. Todo mês, recebia pra vovó que não entendia dessas coisas e nem passava na farmácia antes de sumir.

Giu Santos
Enviado por Giu Santos em 25/11/2011
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