Pequenas estrelas cintilam. As sombras das árvores se espicham no chão sob a claridade da lua cheia enquanto o vento fresco espalha as folhas secas que cobrem a terra. Numa fila sinuosa, as formigas seguem carregando pedaços da roseira branca.
Debruçada à janela do quarto, ela aspira o perfume especial do luar observando a noite clara e os pastos raiados de luz. Deseja tomar posse da lua, tê-la consigo e sair nas noites escuras soltando lampejos de claridade por onde passar.
Vaga-lumes assanhados ondulam no ar, piscando suas luzes miudinhas, indo para o alto a desafiar estrelas. Um galo canta e outros respondem mais adiante. Ruídos de grilos nas moitas e sapos na beira do rio misturam-se ao som da correnteza. É como se todas as vozes e cheiros do mato chegassem unidos até ela num feixe penetrante de sons e aromas.
Despindo-se, procura a cama...O lençol de algodão branco dá-lhe ao corpo uma sensação agradável.
Através da janela, a lua inunda o quarto. Seus olhos se fecham devagar, sentindo na pele um arrepio trazido pela brisa. É como se fosse um beijo com sabor de sereno. A sensação é tão real que sente o sangue aquecer-lhe as faces...



*Para Raquel Cinderela e todas nós que ainda somos românticas.


Obrigada pelo lindo presente minha querida amiga Nete Brito:

pela manhãzinha
na margarida da floreira
gotas da chuva.


Maria Mineira
Enviado por Maria Mineira em 16/11/2011
Reeditado em 03/02/2013
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