Um passeio solitário, o dia estava chuvoso e lufadas geladas de vento varriam o campo. Enquanto atravessava o caminho ladeado de árvores que balançavam ao sabor do vento frio, ela olhou o céu nublado que combinava com seu estado de espírito, perguntando-se porque seu amor não estava ali ao lado dela, segurando-lhe as mãos, num caminhar seguro e acalentador. Onde estaria o arco íris que lhe fôra prometido? Ele também lhe dissera que ela não era uma nuvem passageira na vida dele, mas sabia agora que não passara de uma chuva de verão, com certeza,das mais rápidas. Caminhou mais um pouco segurando os cabelos que teimavam em voar, mas era apenas um gesto automático, pois a chuva já os havia molhado e grudavam agora em sua cabeça. Os olhos estavam marejados de lágrimas o que a fazia enxergar menos ainda o caminho. Seguiu apenas mais uns passos, em direção ao penhasco escorregadio, que estava envolvido em brumas, quase desparecido em meio à paisagem. Não se sabe até hoje, se ela não o percebeu ali ou se foi de propósito, mas na manhã seguinte encontraram o corpo gelado da moça grávida, na ribanceira, logo abaixo do desfiladeiro.
22/10/11