Revelação.
Porque naquela noite éramos os dois ainda duas crianças imberbes. Nada sabíamos ainda desse ardor, desse querer com dor, e do amor que veio com os dias. Eu estava entre os seus braços, olhos nos seus olhos, até que ele me irrompeu o pensamento e disse “Então me diga. O que você quer?”. E eu hesitei por um minuto. Não sabia como dizer. Talvez ele se assustasse. Mas então resolvi que não havia mais espaço para impasses. E ri, uma risada que desanuviou minha inibição, para falar “Eu quero que você fique comigo.” “Inteiro?” “Inteiro.” E me beijou. Mas ouvi como se fosse uma promessa.