Pôr-do-sol

120, 130 km por hora, ainda bem que hoje a velocidade elevada é permitida no Brasil, eu pensava enquanto dirigia na auto-estrada Osório-Porto Alegre. Mas exatamente no quilômetro 4 da rodovia, em Osório, notei um carro estacionado no acostamento. Vencendo o receio, parei e fui ao auxílio do motorista do tal carro. Vi que um pneu estava murcho. Estacionei e me apresentei dizendo meu nome, Dorotéia. Prazer disse, chamo-me Rafaela e estou preocupadíssima, pois não sei trocar pneus. Sem problemas, vamos chamar o SOS estrada. Aguardarei aqui contigo.

Era final de tarde e enquanto estávamos a espera do socorro comecei a admirar a natureza, observar a cadência das águas da lagoa dos Barros, que aos poucos ia absorvendo o sol, como se o mesmo fosse uma bola de fogo, apagando-o, e aos poucos transformando o infinito em um degrade alaranjado. Como um flash, voltando a realidade, olhando para Rafaela, perguntei se não achava que, nós do chamado sexo frágil, hoje com uma conquista de espaço muito grande na sociedade machista não deveríamos fazer um curso de primeiros socorros em mecânica, deixarmos de ser somente observadoras de um lindo pôr-do-sol como este e ficarmos a espera do auxílio de um homem? Menina o sol nasceu para todos e o saber não ocupa espaço. Vamos a luta.

Soninha Rostro
Enviado por Soninha Rostro em 09/09/2011
Reeditado em 12/09/2011
Código do texto: T3210264