A noite já seguia alta, assim como seus pensamentos. A chuva fina abaixava bruscamente a temperatura, fazendo dele o único que caminhava pela estreita viela do bairro adormecido. O silencio era quebrado apenas pelo barulho do vento que passava pelos fios de energia fazendo soar algo parecido com um triste uivar.
     Os passos trôpegos denunciavam sua embriagues. Hábito adquirido nas tentativas frustradas de compensar o vazio deixado em sua alma quando ela partiu. Agora é ele quem abandona a si mesmo.

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“Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superável; quando somos abandonados por nós mesmos, a solidão é quase incurável...”
                                                           Augusto Cury


Paulo Moreno
Enviado por Paulo Moreno em 09/09/2011
Reeditado em 09/09/2011
Código do texto: T3209744
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