Frango de Padaria
Já tinha passado das 10 naquele domingo chuvoso. Certamente a população já adormecia alimentada, mesmo que de ilusão. E aquelas três aves permaneciam na estufa desligada; não-perecíveis, inorgânicas, rejeitadas, sintéticas. Mais imóveis que o relógio e os olhos do garçom inquieto. Fitava aquelas não-criaturas mascando, temperando a massa plástica com o sal do choro oculto e rindo da artificialidade da vida.