O CAVALO ALAZÃO
Lindo animal. Chamava-se Alazão, com porte altivo, digno da dinastia equina árabe.
Seu dono, Raphael, jovem mascate, o tratava bem, mas não se preocupava em escovar-lhe o pêlo, deixá-lo belo. Usava-o apenas como meio de transporte. Pobre animal. Colaborador e dócil, pois se assim não o fosse passaria a ser somente de carga e não poderia mais levar em seu dorso o jovem comerciante.
Certa vez quando chegaram a um vilarejo, Rafael ficou sabendo que aconteceria nos próximos dias um torneio, uma gineteada. O prêmio era muito significativo. Raphael prontamente inscreveu-se. Alazão parecendo entender o que o aguardava ficou a espreita, não tinha como se manifestar, mas sabia que parte do sucesso dependeria dele.
Raphael iniciou a treinar o animal, mas o fazia de forma um tanto brusca. Alazão colaborava, mas também ganhava várias chicotadas.
Chegou o grande dia. Raphael e o seu cavalo Alazão lá estavam. Quando foram chamados para fazerem sua apresentação Alazão resolveu dar o troco ao rapaz. Emperrou, não saiu do lugar, mais parecia um burro quando empaca do que um cavalo árabe.
Neste momento Raphael caiu em si, olhou o animal e mirando bem seus olhos viu que neles não estava o brilho da vitória a ser alcançada. Pelo olhar do animal entendeu que Alazão muito o auxiliava, mas na labuta diária e não no ganho fácil de uma competição.