DOR MEDIEVAL
Descobrindo qual seria o caminho da carruagem por onde a donzela passaria ao sair de seu castelo, antecipou-se derramando sobre o chão uma linha continua de frágeis pétalas de rosas. Soubera por outro vassalo que a cor damasco era sua preferida.
Sentia-se completamente servo daquela paixão, mas tão difícil era render-se por um amor sendo ela filha de um feudal.
Naquele dia, desejava distrair ao acompanhante para conduzi-la até a lagoa, cuja água tinha sido preparada com rochas de mar especialmente adquiridas numa batalha medieval. Lutara por aquele punhado de sal cristalino porque assim a amava: talvez fosse ela uma mulher dura, porém permeável.
Escondendo-se entre arbustos no bosque, esperava que tocando uma suave melodia com sua harpa, certo seria que lhe atordoaria os sentidos de seus delicados pés levando-os até ele. Sua esperança era de que aquela mulher de rara beleza pudesse responder a seu canto de súplica de amor.
Mas algo não saiu como o esperado. Naquela manhã, a donzela não realizou seu passeio matinal.