AMARGO-DOCE CAFÉ
Entrelaçando os braços, como se fora um brinde com o mais requintado espumante francês, sorriam pelas razões daquela celebração no final da tarde. Ou já seria o começo da noite?
Mas naquelas mãos em vez de taças de cristais, eles tinham uma autêntica porcelana asiática em forma de xícaras de café.
Através da fumaça, com o calor exato num perfeito equilíbrio térmico, se olhavam desvendando-se pela intensidade amargo-marrom.
Eles não ofereceram nenhuma resistência para engolir daquele amargo-doce café, rompendo com o hábito de exímios “catadores”:degustar sem ingerir.
Tomaram o líquido quente. Olhares versus olhares. Goles lentos, sabor dos grãos arábica.
Nota: Inspirado na prosa poética DO CAFÉ, do recantista GIL SANTOS.