Vivo-Morto
Nunca sabia de nada, "Não sei, não vi, não quero saber", era a frase que gostava de repetir com dicção perfeita e forte entonação. Esquiva-se sempre de qualquer responsabilidade; como um autômato, repetia tarefas; indiferente, nada o sensibilizava. Um dia, como num milagre, refletiu sobre o porquê da pergunta que lhe dirigiram: "Você vive ou vegeta?". Ah, mas isso foi só naquele dia, o milagre não se repetiu.