São João no Nordeste
Cai, cai balão
Cai, cai balão
Cai, cai balão
Na rua do sabão...
Quando ouço esta música, lembro-me do meu tempo de criança vivido no interior da Bahia. Ah! quanta saudade! Tempo bom da roça em que se comemorava São Jão com muita alegria e pureza na alma.
Parece-me ouvir as vizinhas em minha porta dando vivas a São João, trazendo-me aquele vinhozinho gostoso para brindar a paz reinante naquele lugar; o vinho era portador da mais pura amizade daquela gente do interior. Não esqueço as comadres e os compadres de fogueira que eram os amigos que, naquela noite, ao pularem a fogueira juntos, gritavam fidelidade diante daquele santo, tão comemorado no Nordeste.
Muita comida saborosa: canjica, pamonha pé-de-moleque, batata-doce assada.
Tudo era muito lindo. As ruas iluminavam-se naturalmente com a luz das fogueiras acesas no lares modestos do interior, que entre fogos e buscapés, saudavam São João. E as moças? Estas se perdiam em adivinhações daquela noite santa para saber com quem casar. O fim da noite não era triste porque sanfonas tocavam músicas alegres, e todos cantavam como se o São Jão não fosse acabar.
Hoje, na cidade grande, com o progresso tão esperado, São João vai ficando na saudade. Poucas pessoas têm tempo de comemorá-lo, e parece que a ingenuidade anda fora de moda.
O balão já não pode cair; há o perigo do incêndio. As fogueiras já quase não aquecem as noites frias de junho e nem o balão pode subir a fim de levar para bem longe a minha saudade.
Cai, cai balão
Cai, cai balão
Cai, cai balão
Na rua do sabão...
Quando ouço esta música, lembro-me do meu tempo de criança vivido no interior da Bahia. Ah! quanta saudade! Tempo bom da roça em que se comemorava São Jão com muita alegria e pureza na alma.
Parece-me ouvir as vizinhas em minha porta dando vivas a São João, trazendo-me aquele vinhozinho gostoso para brindar a paz reinante naquele lugar; o vinho era portador da mais pura amizade daquela gente do interior. Não esqueço as comadres e os compadres de fogueira que eram os amigos que, naquela noite, ao pularem a fogueira juntos, gritavam fidelidade diante daquele santo, tão comemorado no Nordeste.
Muita comida saborosa: canjica, pamonha pé-de-moleque, batata-doce assada.
Tudo era muito lindo. As ruas iluminavam-se naturalmente com a luz das fogueiras acesas no lares modestos do interior, que entre fogos e buscapés, saudavam São João. E as moças? Estas se perdiam em adivinhações daquela noite santa para saber com quem casar. O fim da noite não era triste porque sanfonas tocavam músicas alegres, e todos cantavam como se o São Jão não fosse acabar.
Hoje, na cidade grande, com o progresso tão esperado, São João vai ficando na saudade. Poucas pessoas têm tempo de comemorá-lo, e parece que a ingenuidade anda fora de moda.
O balão já não pode cair; há o perigo do incêndio. As fogueiras já quase não aquecem as noites frias de junho e nem o balão pode subir a fim de levar para bem longe a minha saudade.