Pelo espelho
A estranha procura, com os olhos escuros, fundos da noite sem dormir, algo familiar...
Vira-se devagar, como a esperar um corpo, uns braços encaixando torso e costas e quadris, os braços que espera como se os tivesse deixado no cômodo vizinho, agarrados ao travesseiro, os felizes braços do feliz ser a quem ama e encontra sempre que o substitui...
A estranha fecha os olhos fundos, embaçados de tristeza, e encosta a mão e a face no vidro; pressiona o vidro e quase o quebra; outra esperança vã, tal fusão!