Rotina
Paulo estava enrolado em várias cobertas em sua cama, na manhã fria de outono. O alarme despertou ás 5:50h e ele acordou em um sobresalto. O sonho e o quentinho da cama, o deixava feliz. Pegou o relógio antigo muito irritado e olhou as horas, muito cedo! Sentiu um ódio do tic tac. Lembrou-se de como seria sua rotina. Pegar o metrô lotado. Ficar de pé em meio aquele cheiro de casacos mofados e fedidos, amassotado entre bundas e corpos e aspirando perfume barato, vencido e suor insuportável, fora quando a todos esses cheiros, misturavam-se com aqueles malditos pães de queijos fedendo a chulé. Sentiu uma revolta no estômago. Ao chegar teria que enfrentar a grosseria do seu chefe arrogante e mal educado que lhe pagava mal. No almoço, era sempre aquelas comidas frias e sem gosto. Ao voltar, encontrava o banheiro sujo para urinar e escovar os dentes. No fim do expediente, ficava horas no frio esperando o ônibus que o levaria para sua casa. Chegava ás 8:45h da noite morto. Não sentia fome. Estava tão esgotado que só tomava um banho e caía na cama e assim foram longos meses na rotina de Paulo. Ao lembrar de tudo isso, pegou o relógio e socou contra a parede que espatifou-se no chão e ele voltou a dormir e sonhar. Ao inferno a rotina que o matava!