AREIA QUENTE
AREIA QUENTE
Ela perdera o único transporte do dia, porque o ônibus antecipara a viagem, pois tivera que conduzir uma pessoa doente para a cidade grande, mas nem desarrumara a mala, pois viajaria no dia seguinte.
Fazia quase um mês que não via o noivo, e estava com muita saudade.
Já era meio-dia, e o sol inclemente queimava a terra em pleno dezembro, no nordeste.
De repente, alguém grita: - lá vem o carro de seu Vavá!
Seu Vavá era um velho amigo da família, que vez por outra ia à cidade para as compras.
Da porta da casa dela até a porteira próxima à estrada, distava cerca de cem metros, de areia fina. A menina não esperou que a irmã terminasse a frase, já pegou a maleta e saiu correndo em direção à porteira. Não calçou nem as sandálias. A vontade era tanta de ir ao encontro do noivo, que não sentiu a areia quente.
A viagem durou cerca de uma hora. Durante este tempo ela sentia um leve calor nas solas dos pés.
À noite, o noivo foi lhe visitar no hospital. Estava com ambos os pés cheios de bolhas de queimaduras.