Voyeurismo intelectual.
Olhar as janelas era o prazer do homem solitário. Não queria observar sexo nem corpos nus, não, ele queria ver as pessoas assistindo televisão, lendo, comendo.
Nesta observação comprazia-se, pensando nas vidas diversas que as janelas ofereciam.
Vidas tristes, alegres, vazias, vidas plenamente vividas, ou perigosamente adormecidas.
O clímax do intelectual ato solitário era imaginado e com volúpia jogado no livro que escrevia.
Cada dia novas vidas a serem sugadas, como vampiro de emoções alheias.