A arte da viajosidade tem algo a dizer:

Sobre existências de papel, escrevo.
 
Ouvi falar sobre uma existência de papel, e no meu papel comecei a pensar sobre isso, como falo no papel sobre isso agora. Será que era uma existência de papel pela fragilidade, por que sua integridade podia ser destruída por qualquer gota d'água? Não... talvez a fosse por que era quase imortal, e poderia imortalizar as coisas que em sua existência fossem escritas. Uma existência de papel que tem sua forma, começa em branco, porém não sem nada. O espaço em branco já é algo, é o suporte, e lá foram colocadas várias experiências, e a existência de papel virou uma cobaia do mundo onde tudo é destinado, mas você pode escolher como fazer esse destino. É, esse mundo grande que a gente acha pequeno, mas que se torna enorme ao entender que existem muitos outros. Talvez existam várias existências de papel por aí. Algumas são bem conservadas e se imortalizam, outras imortalizam o que nelas é escrito, algumas são amassadas e jogadas fora, e ficam escondidas em um canto a juntar poeira, com cicatrizes enrugadas sem reparação. As que perdem sua integridade diante da chuva ou se desfazem diante do fogo, deixam de ser existência de papel. Aiai, ser uma existência de papel deve ser complicado. Sobre existências de papel, o máximo que posso fazer é escrever.



Dija Darkdija, inspirado em um poema

A arte da viajosidade: dijadarkdija.blogspot.com/