MORCEGO!!
Sob o céu árido e sem chuva, um morcego desesperado surgiu, movido pela sede que parecia consumir sua alma. Enquanto eu ouvia seu silvo agudo, um som que ecoava como um pedido de socorro, a água finalmente chegou à minha casa, após dias de espera. O galão de 200 litros na área de serviço foi preenchido até transbordar, criando uma poça de água no quintal, um 'oásis' inesperado.
Às 21 horas, com a luz acesa, o morcego, guiado pelo instinto de sobrevivência, começou a sobrevoar a poça em rasantes rápidos e desesperados, tentando saciar a sede que o atormentava. Mas, nesse momento, meu pai surgiu, movido por um instinto protetor e territorialista, e entrou em um duelo silencioso com o animal. Em um gesto rápido e fatal, ceifou a vida do morcego.
A cena foi triste, um encontro trágico entre dois seres movidos por necessidades primitivas. Meu pai não teve tempo para raciocinar que o morcego apenas buscava sobreviver, e assim, uma vida foi perdida em um momento de desespero. O silêncio que se seguiu foi um lembrete da fragilidade da vida e da luta pela sobrevivência em um mundo árido e impiedoso.