Vulnerabilidade

O chumbo entrecortado por espadas de fogo produziam clarões curiosos, a passarada se agitava num entra e sai dos beirais.

Os tambores rufavam ao longe, logo mais a chuvarada inundava ruas e avenidas novamente, e transeuntes exaustos se protegiam como podiam. Tudo era vulnerabilidade...

As luzes da cidade eram fartas, e ao longe, pareciam ofuscadas pelo forte temporal.

No silêncio do quarto escuro, os olhos apreciavam o lusco-fusco da vidraça respingada, no diálogo interno se deparava palmilhando velhas lembranças ou inventando um provável futuro...brotava ora o medo, ora a esperança. Suspirou.

À noite as sombras se agigantavam, mas sabia que poderia ser somente um efeito do ângulo de onde vinha a "luz".

Lembrou que lera dias antes, "não havia esperança sem medo, nem medo sem esperança". Adormeceu.

(A frase entre aspas é atribuída à Baruch Espinosa).

Cláudia Machado
Enviado por Cláudia Machado em 28/01/2025
Reeditado em 29/01/2025
Código do texto: T8251822
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